sexta-feira, 17 de junho de 2011

Viva a bossa, sa, sa!

No último dia 10 foi o aniversario de 80 anos do, João Gilberto (um dos meus aiatolá da música), considerado o inventor do ritmo bossa nova. 
Eu sou daqueles fãs considerados chatos... Saber ao certo quando foi meu primeiro contato com a musicalidade desse mestre do silencio e do som, sinceramente não sei explicar, mas o cômico mesmo é que nunca tive a oportunidade de vê-lo  pessoalmente e nisso meu único contato com João Gilberto foi por meio de informação registrada (vídeo, áudio).  Mesmo nunca tendo o visto pessoalmente tenho a sensação bizarra de  tê-lo como um ente querido, e conseqüentemente tenho  vontade de ligar, e chamar pra beber um suco de cevadis e escutar Dorival Caymmi, Stan Getz,  Vinícius de Moraes na vitrola.
A bossa-nova revoluciona o conceito de música no Brasil e abre os horizontes da música popular brasileira (MPB). Tanto na batida do violão (a mais conhecida por motivos óbvios), tanto para a relação entre a voz e o instrumento. A bossa-nova liberta a voz feminina no circuito musical e até mesmo as tidas como “desafinadas” (voz comum para a música). O sentimento das relações do cotidiano é demonstrado na letra e nos arranjos. Muitos podem  dizer que a bossa-nova não estava engajada com os problemas sociais por representar o cotidiano da burguesia brasileira (carioca), entretanto esquecem de propagar que a sua proposta inicial não era mesmo essa e que o decorrer do tempo da maneira dela também critica o sistema estabelecido.  A bossa-nova propicia a entrada do rock e do tropicalismo de maneira menos  estereotipada (apesar dos pesares) no cenário musical brasileiro com o caminho se não pavimentado pelo menos aberto.
Melhor que o silêncio, somente João Gilberto! Caetano Veloso
Chega de declarações tietétes e vamos ao que nos provoca intelectualmente no momento é a relação da música e o suco de cevadis que eu tomo e recomendius! No meu acervo sonoro tenho algumas dessas relações, talvez por que eu seja fã dos admiradores da marvada ou talvez a musicalidade seja mesma regada a álcool. Seja como for selecionei algumas música (do meu acervo pessoal) que relaciona suco de cevadis, mé, birita que dá garantia de ter maré cheia (João Bosco, música “siri recheado e o cacete”) (cachaça), vinho, uísque...
pra que discutir com madame? 

Começarei com a música “pra que discutir com madame?” Interpretado pelo João Gilberto do LP ‘in tokyo’. Nesta letra o autor reverencia o estilo musical samba e o cidadão brasileiro desfavorecido socialmente (eu por exemplo) de maneira irônica, cômica e desafiadora para os costumes sociais vigentes da época.  ”...madame diz que o samba tem cachaça, mistura de raça e mistura de cor...”
Outra música do meu querido aiatolá é “Lígia” que expõe a relação ou melhor, a ausência de relação entre duas pessoas. “...Sair com você de mãos dadas na tarde serena,  um chopp gelado no bar de Ipanema\andar pela praia até o Leblon...”  O suco de cevadis aqui representado como instrumento agente para a socialização.
A música “por que a gente é assim?” do barão vermelho  que começa bastante sugestiva “mais uma dose? É claro! É claro que eu to afim...”. Nessa música percebemos o lado danoso do álcool nas noites de boa parte da população. A bebida alcoólica consumida de forma exagerada nos torna “canibais de nós mesmos” como diz os poetas. Caso de saúde pública ou de liberdade de expressão?  
“O uísque é o melhor amigo do homem, é o cachorro engarrafado”. (Vinícius de Moraes).
Selecionei diversas músicas que retratam a bebida alcoólica do meu acervo: “babylon” Zeca Baleiro, afirma que “nada vem de graça nem pão nem a cachaça”. Outra Engenheiros do Havaii na música “refrao de bolero” como a seguir “...Num bar, Com um vinho barato Um cigarro no cinzeiro E uma cara embriagada No espelho do banheiro...”.
Zeca pagodinho tem várias a respeito, mas  penso ser mais interessante citar: “só bebo quando tô acordado”.
Outro cantor que tem no meu acervo diversas músicas que transmite a relaçao da bebida com as relaçoes sociais é: Chico Buarque. Na música “Deus lhe pague” um protesto debochado contra a ditadura militar diz: “...pela piada no bar e o futebol pra aplaudir...”. A bebida e as drogas  como “remédio” de fuga daquela realidade “...pela cachaça degraça que a gente tem que engolir”. Outra música do Chico que para mim tem um significado histórico que ainda hoje é objeto de debate retrata a anistia (isso na minha interpretação). A música “feijoada completa” conta a historia de um marido que conta para a esposa as ‘boas novas’ recepcionando alguns amigos numa feijoada. Vai ai o link feijoada completa
- TOCA RAUL!
- E para encerrar esse post fecharei com meu querido Raul Seixas com sua música maravilhosa: “eu também vou reclamar” que explica a volta do Raulzito ditando uma tendencia da época que ele foi o primeiro que nada mais é que reclamar. Segue o trecho da letra que explicita sua dependencia e a vigilancia da sua familia para com Raul: “Dois problemas se misturam A verdade do Universo A prestação que vai vencer Entro com a garrafa De bebida enrustida Porque minha mulher Não pode ver.”
Esse post foi mais pra refletir o quanto a bebida alcoolica encontra-se enraizada na nossa cultura popular e que podemos atraves de uma analise de cruzamento de informações perceber que a autenticidade da informação depende do contexto histórico (estou dizendo aqui da autenticidade da informação e não da autenticidade diplomática) e nesse caso da liberdade poética dos artistas. Zeca Baleiro diz na música que nada vem de degraça e o Chico pela cachaça degraça...


Glória a farofa, à cachaça e as baleias! (João bosco).
Por Israel Gomes
Ps.: Não deixem as drogas e o álccol tomar conta da sua existência!

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