domingo, 29 de maio de 2011

A arquivologia e sua relação com a veracidade


Falarei minha perspectiva da relação entre arquivologia e o assunto veracidade e autenticidade (mesmo que superficialmente). Isso é uma conversa de bar então sinta-se a vontade de opinar! "O sábio pode mudar de opinião. O ignorante, nunca."( Immanuel Kant )

A autenticidade e a veracidade são dois assuntos obrigatórios e bastantes debatidos na disciplina "tipologia e diplomática". A lei 10.406 de 10 de janeiro de 2002 Art. 225: As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão¹.

De acordo com o artigo 225 do parágrafo anterior o documento deve ser considerado como verdadeiro até que se prove o contrário. Isso no âmbito jurídico. A lei em questão inter-relaciona diretamente com a arquivologia e com os requisitos, sinais de autenticidade que a disciplina também se debruça, mas de forma diferente (ESPERO NÃO ESTÁ DELIRANDO).

A arquivologia não tem como objeto de estudo a veracidade do documento diretamente. Digo isso, pois a veracidade do documento  é característica existente no documento quando o documento cumpri os sinais de autenticidade que a espécie documental, fundo documental estabelece. O documento então é considerado verdadeiro quando cumpre esses sinais de autenticidade e arquivado.

A arquivologia não estuda a veracidade do documento por uma questão muito simples (apesar de veracidade não ser uma discussão nada simples em qualquer seguimento social) que seria a impossibilidade a se alcançar essa proposição. Não tem como o arquivista provar se o documento é dotado de veracidade e o recurso da arquivologia para tentar aproximar o máximo possível do que seria a veracidade dos documentos foi estudar verticalmente o documento, sua função, o órgão produtor e estabelecer requisitos de autenticidade e se o documento analisado cumprir essa contextualização o documento começa a ser considerado possuidor de “essência verídica”.

Por Israel Gomes

Ps.: "Só podemos dar uma opinião imparcial sobre as coisas que não nos interessam, sem dúvida por isso mesmo as opiniões imparciais carecem de valor. "( Oscar Wilde )

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